“Em célebre julgamento proferido ontem, o STF enfim reconheceu que, nos anos de 2020 e 2021, o então Presidente da República, em razão de suas falas, práticas e omissões, foi o grande responsável pelo autêntico genocídio ocorrido no país caracterizado pela adoção de uma necropolítica que vitimou, sobretudo, idosos(as), os(as) mais pobres e os(as) trabalhadores(as). Foi admitido também na decisão que milhares de vidas poderiam ter sido salvas se tivesse havido a imputação do Presidente pelos seus atos e o seu afastamento do governo, desde o primeiro momento em que negou a existência da pandemia, chamando a COVID19 de “gripezinha”, recusando a incentivar – e até preconizando prática inversa – a adoção de medidas de prevenção como o uso de máscaras, o álcool em gel e o isolamento social; estimulando o uso de medicamentos sem eficácia comprovada; diminuindo a importância da vacina e da vacinação, expressando que não iria se vacinar; deixando de adotar as providências necessárias para a compra e a produção de vacinas no tempo e modo necessários; insistindo em não decretar quarentena restritiva em todo o território nacional, mesmo quando o número de mortes batia recordes em função da alta disseminação do vírus, favorecida pela falta de prevenção e a demora na implementação de um sério e eficaz projeto de vacinação, e do colapso do sistema de saúde; menosprezando o drama humano gerado, chamando as pessoas de choronas; e vendo em toda essa situação apenas como a oportunidade de levar adiante seu discurso de ódio corrosivo dos laços sociais e de implementar projetos ultraneoliberais para favorecer a grandes empresas, passando a boiada sobre a rede de proteção socioambiental, os Direitos Humanos e as forças democráticas.
Brasil, 10 de março de 2026.”