Repete-se, de forma recorrente, o famoso pensamento de Gramisc, que expressa um “pessimismo, pela razão” e um “otimismo, pela vontade”.
A frase tem sido frequentemente utilizada para estimular o agir mesmo quando a situação, racionalmente analisada, conduz ao desânimo.
Ocorre que o uso dessa tática argumentativa acaba, na visão de muitos, gerando a consideração de que a razão é irrelevante e que, pode, inclusive, ser desprezada.
No entanto, primeiro, quer me parecer que o filósofo nunca tenha sugerido que a razão é desprezível e que o otimismo vale por si.
O otimismo, quero crer, não pode ser determinado pela fuga da realidade, pois, neste caso, não é otimismo e sim uma ilusão. O otimismo, inclusive, não deve influenciar as análises, que precisam ser racionais. A razão deve ser isenta de emoções ou desejos, para que a realidade possa ser apreendida como de fato se apresenta.