“O que se cria para melhorar a economia não funciona se a economia não melhorar”, diz Folha de S. Paulo (paráfrase da suma de um editorial)
Depois de chamar a ditadura militar de ditabranda (editorial de 17 de novembro de 2009 – com reconhecimento posterior do erro) e preconizar o desprezo da vontade popular na democracia para que a “reforma” trabalhista, moldada em conformidade com os interesses empresariais, pudesse ser implementada (editorial de 02/05/20171), a Folha de S. Paulo, agora, em novo editorial, vem a público para, quando se trata de questões trabalhistas, reafirmar o seu lado bolsonarista, embora para parecer diferente, ao final, teça uma crítica meio sem contexto ao governo Bolsonaro.
Deixando de lado o seu papel de um veículo de informação, a empresa em questão há muito assumiu a feição garoto propaganda da “reforma” trabalhista e, para tanto, se dispôs a criar vários factóides e a difundir versões distorcidas da realidade. Desta vez, inclusive, conseguiu dar um passo além: o da completa dissimulação.
No editorial de hoje, 13/11/21, “Trabalho reformado”2, a empresa e empregadora Folha de S. Paulo, cujos jornalistas entraram em greve no dia 10/11/21, por melhores salários3, faz loas às alterações promovidas pela “reforma”, sem trazer qualquer fundamento fático para a sua renitente defesa, que é também descontextualizada, mas que, certamente, guarda algum propósito ainda não bem compreendido.
Aliás, o editorial, primeiro, sugere que as objeções à reforma são meramente “políticas”, tentando, de plano, desqualificar os críticos e deslegitimar o debate.