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BLOG

Só isso?

31/12/2016

3 Comentários

 
Imagem
Avener Prado/Folhapress
                                                                                                                 Jorge Luiz Souto Maior
 
O jornal Folha de S. Paulo estampa na primeira página da edição do último dia de 2016 a foto de uma pessoa, nominada pela Folha simplesmente como “pedinte”, que teria dito ao governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, “só isso?”, quando este lhe ofereceu uma esmola de R$5,00.

O fato ocorreu durante ato no qual o governador, segundo informou a notícia, foi “entregar” um trem para a linha 7-Rubi, na estação da Luz.
​
A divulgação da imagem e as falas utilizadas pela reportagem e por alguns dos interlocutores não poderiam ser mais oportunas para explicar muito do que se passou neste e em vários anos anteriores.
Inicialmente, deve-se observar a ausência da informação do nome da pessoa que abordou o governador. Para a Folha basta indicá-lo como “pedinte”, como se alguém que vive de esmolas não tivesse mais direito ao próprio nome. E é, também, bastante denunciadora a denominação que lhe foi data, "pedinte", pois a ajuda que lhe é oferecida não decorre de qualquer tipo de obrigação. Reforça-se uma lógica de que aquele que sofre as conseqüências dos desajustes sociais deve pedir (e com inistência) para ser atendido e aquele que o atende ganha, em troca, talvez, uma proximidade com Deus. Não foi à toa, portanto, que a assessoria do governador Alckmin enviou para a reportagem da Folha a descrição de um versículo da Bíblia, que trata da “ajuda ao próximo”.

A relação concreta entre “pedintes” inominados e “benevolentes” agraciados e premiados está muito longe, no entanto, de ser aquela que se produz no imaginário das forças dominantes e reacionárias.

Os “pedintes” têm nome, história, sentimentos e consciência. São pessoas que sabem o que está acontecendo e, que, portanto, muitas vezes apenas fingem reproduzir a lógica plena da submissão.

E quando o “pedinte” diz, expressamente, “só isso?”, tudo isso se revela.

Simbolicamente, é como se o povo lhe tivesse dito: “entregar” um trem e não reajustar a tarifa é muito pouco, ainda mais se os trens continuarem lotados e com frequentes atrasos. Além disso, o poder pertence ao povo e assim a tarifa sequer deveria existir e os trens, assim como os bens públicos em geral, não pertencem ao governador, que, portanto, não pode “entregar”, no sentido de “dar”, um trem ao povo, ainda que se promovam eventos, que a grande mídia reproduz, nos quais os governantes se apresentam solenemente para fazer suas “benesses”.

A questão é que enquanto os governantes se enganam com as potencialidades do poder – e tantas vezes se confundam pessoalmente com ele a ponto de usar a força institucional em favor de seus objetivos pessoais, contra a própria vontade popular – o povo sabe bem o que se passa e não se engana com os programas sociais (de má qualidade) ou serviços públicos (precários) que lhe são oferecidos como esmolas, ainda que os recebam, obviamente; até porque essas “esmolas” são acompanhadas de uma política repressiva favorável aos detentores dos meios de produção, para que nas relações onde o trabalho é explorado se dê continuidade ao processo histórico da acumulação da riqueza.

Concretamente, é muito pouco entregar um trem e não reajustar a tarifa enquanto ônibus e trens continuam lotados e se transformam locais públicos em palanques de interesses privados, nos quais a segurança, já privatizada, tem como prioridade evitar manifestações populares para preservar a imagem política do governante e pouco se preocupa, efetivamente, com a segurança dos usuários, vez que, são, em geral, “apenas trabalhadores”, ou melhor, “força de trabalho”, que pode ser suprida a qualquer tempo.

Os governantes consideram que basta criar programas sociais, oferecer declarações de direitos e fazer festas para a “entrega” de algumas benesses. Mas pode até ser que com isso alcancem o seu desejo, não revelado, de se considerarem mais próximos de Deus, só que, em concreto, primeiro, Deus, sendo Deus, parece não ser tão fácil de ser enganado, e, segundo, também o povo não se deixa enganar com tais práticas porque sabe bem o que está acontecendo e, no íntimo, está dizendo: “só isso?”

E a cada novo ano o povo se afasta da posição de mero “pedinte” para se afirmar no campo da exigência, isto é, no status daquele que exige o respeito e o cumprimento de seus direitos, sendo que é cada vez mais presente a percepção de que tem direito (num sentido metajurídico) a muito mais do que as “esmolas” que lhes têm sido oferecidas.

É por isso que o compromisso assumido pelo atual desgoverno federal, preposto do capital estrangeiro, de tentar retirar direitos dos trabalhadores, que já foram percebidos como muito pouco diante daquilo que lhes seria efetivamente devido, qual seja, a divisão igualitária da propriedade dos meios de produção, é uma tarefa irrealizável, pois seria como se o governador Geraldo Alckmin, dias depois de ter dado R$5,00 ao “pedinte”, retornasse ao mesmo local para pegar de volta R$2,00, tentando convencer o “pedinte” a ajudar o governo a superar a crise.

Só isso!
3 Comentários
Rafael Amaral
31/12/2016 05:07:02 pm

Ótimo testo..... com certeza isso só demonstra a nossa realidade..... onde todos como "pedintes" daquilo que na verdade é nosso.... recebemos uma miséria de "esmola" no retorno dos serviços prestados por nossos administradores federais, estaduais e municipais.

Responder
Saulo
1/1/2017 01:49:58 pm

Como sempre, muito lúcido.

Responder
Edilson Zafira de Sousa
2/1/2017 12:41:57 pm

Belíssimo texto! Nós brasileiros somos pedintes duma "vulgocracia", timocracia e plutocracia. Feliz ano novo a todos!

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Editado por João Pedro M. Souto Maior