Jorge Luiz Souto Maior
  • Capa
  • Sobre o Site
    • Apresentação
    • Sobre o Autor
    • Pesquisar no SIte
    • Entre em Contato
    • Facebook
  • Blog
  • Produção
    • Artigos (divisão por temas) >
      • Acidentes do Trabalho
      • Ataques e Resistências aos direitos Trabalhistas
      • Direitos Humanos
      • Direitos Sociais
      • Economia (Crise Econômica)
      • Educação
      • Futebol
      • Greve
      • Justiça do Trabalho
      • Manifestações
      • Política
      • Prosa e Verso
      • Terceirização
      • USP em greve
    • Artigos (ordem cronológica) >
      • De 1990 a 2002 (de Collor a FHC): o neoliberalismo em marcha
      • De 2003 em diante (Lula e Dilma): da esperança ao continuismo
    • Livros
    • Participação em Obras Coletivas
    • Manifestos
    • Documentários
    • Notas
    • Vídeos
  • Pesquisa
    • Direito do Trabalho no Campo de Batalha >
      • Ataques aos Direitos Trabalhistas
      • Avanços
      • Retrocessos
    • Grupo de Pesquisa Trabalho e Capital (GPTC)
  • Ensino
    • CInema e Direito do Trabalho
    • Disciplinas (USP) >
      • Cinema e Direito do Trabalho (4º ano - Noturno)
      • Direito Individual (3º ano - Noturno)
      • Visão Crítica (5º ano - Noturno)
    • Trabalhos Selecionados
  • Indicações
    • Terceirização - Coletânea de Vídeos
    • Indicações feitas no Blog >
      • Artigos
      • Jurisprudência
      • Legislação
      • Literatura
      • Notícias
      • Referências Históricas
      • Vídeos
    • Indicações de Bibliografia
  • Capa
  • Sobre o Site
    • Apresentação
    • Sobre o Autor
    • Pesquisar no SIte
    • Entre em Contato
    • Facebook
  • Blog
  • Produção
    • Artigos (divisão por temas) >
      • Acidentes do Trabalho
      • Ataques e Resistências aos direitos Trabalhistas
      • Direitos Humanos
      • Direitos Sociais
      • Economia (Crise Econômica)
      • Educação
      • Futebol
      • Greve
      • Justiça do Trabalho
      • Manifestações
      • Política
      • Prosa e Verso
      • Terceirização
      • USP em greve
    • Artigos (ordem cronológica) >
      • De 1990 a 2002 (de Collor a FHC): o neoliberalismo em marcha
      • De 2003 em diante (Lula e Dilma): da esperança ao continuismo
    • Livros
    • Participação em Obras Coletivas
    • Manifestos
    • Documentários
    • Notas
    • Vídeos
  • Pesquisa
    • Direito do Trabalho no Campo de Batalha >
      • Ataques aos Direitos Trabalhistas
      • Avanços
      • Retrocessos
    • Grupo de Pesquisa Trabalho e Capital (GPTC)
  • Ensino
    • CInema e Direito do Trabalho
    • Disciplinas (USP) >
      • Cinema e Direito do Trabalho (4º ano - Noturno)
      • Direito Individual (3º ano - Noturno)
      • Visão Crítica (5º ano - Noturno)
    • Trabalhos Selecionados
  • Indicações
    • Terceirização - Coletânea de Vídeos
    • Indicações feitas no Blog >
      • Artigos
      • Jurisprudência
      • Legislação
      • Literatura
      • Notícias
      • Referências Históricas
      • Vídeos
    • Indicações de Bibliografia

BLOG

Só isso?

31/12/2016

3 Comments

 
Imagem
Avener Prado/Folhapress
                                                                                                                 Jorge Luiz Souto Maior
 
O jornal Folha de S. Paulo estampa na primeira página da edição do último dia de 2016 a foto de uma pessoa, nominada pela Folha simplesmente como “pedinte”, que teria dito ao governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, “só isso?”, quando este lhe ofereceu uma esmola de R$5,00.

O fato ocorreu durante ato no qual o governador, segundo informou a notícia, foi “entregar” um trem para a linha 7-Rubi, na estação da Luz.
​
A divulgação da imagem e as falas utilizadas pela reportagem e por alguns dos interlocutores não poderiam ser mais oportunas para explicar muito do que se passou neste e em vários anos anteriores.
Inicialmente, deve-se observar a ausência da informação do nome da pessoa que abordou o governador. Para a Folha basta indicá-lo como “pedinte”, como se alguém que vive de esmolas não tivesse mais direito ao próprio nome. E é, também, bastante denunciadora a denominação que lhe foi data, "pedinte", pois a ajuda que lhe é oferecida não decorre de qualquer tipo de obrigação. Reforça-se uma lógica de que aquele que sofre as conseqüências dos desajustes sociais deve pedir (e com inistência) para ser atendido e aquele que o atende ganha, em troca, talvez, uma proximidade com Deus. Não foi à toa, portanto, que a assessoria do governador Alckmin enviou para a reportagem da Folha a descrição de um versículo da Bíblia, que trata da “ajuda ao próximo”.

A relação concreta entre “pedintes” inominados e “benevolentes” agraciados e premiados está muito longe, no entanto, de ser aquela que se produz no imaginário das forças dominantes e reacionárias.

Os “pedintes” têm nome, história, sentimentos e consciência. São pessoas que sabem o que está acontecendo e, que, portanto, muitas vezes apenas fingem reproduzir a lógica plena da submissão.

E quando o “pedinte” diz, expressamente, “só isso?”, tudo isso se revela.

Simbolicamente, é como se o povo lhe tivesse dito: “entregar” um trem e não reajustar a tarifa é muito pouco, ainda mais se os trens continuarem lotados e com frequentes atrasos. Além disso, o poder pertence ao povo e assim a tarifa sequer deveria existir e os trens, assim como os bens públicos em geral, não pertencem ao governador, que, portanto, não pode “entregar”, no sentido de “dar”, um trem ao povo, ainda que se promovam eventos, que a grande mídia reproduz, nos quais os governantes se apresentam solenemente para fazer suas “benesses”.

A questão é que enquanto os governantes se enganam com as potencialidades do poder – e tantas vezes se confundam pessoalmente com ele a ponto de usar a força institucional em favor de seus objetivos pessoais, contra a própria vontade popular – o povo sabe bem o que se passa e não se engana com os programas sociais (de má qualidade) ou serviços públicos (precários) que lhe são oferecidos como esmolas, ainda que os recebam, obviamente; até porque essas “esmolas” são acompanhadas de uma política repressiva favorável aos detentores dos meios de produção, para que nas relações onde o trabalho é explorado se dê continuidade ao processo histórico da acumulação da riqueza.

Concretamente, é muito pouco entregar um trem e não reajustar a tarifa enquanto ônibus e trens continuam lotados e se transformam locais públicos em palanques de interesses privados, nos quais a segurança, já privatizada, tem como prioridade evitar manifestações populares para preservar a imagem política do governante e pouco se preocupa, efetivamente, com a segurança dos usuários, vez que, são, em geral, “apenas trabalhadores”, ou melhor, “força de trabalho”, que pode ser suprida a qualquer tempo.

Os governantes consideram que basta criar programas sociais, oferecer declarações de direitos e fazer festas para a “entrega” de algumas benesses. Mas pode até ser que com isso alcancem o seu desejo, não revelado, de se considerarem mais próximos de Deus, só que, em concreto, primeiro, Deus, sendo Deus, parece não ser tão fácil de ser enganado, e, segundo, também o povo não se deixa enganar com tais práticas porque sabe bem o que está acontecendo e, no íntimo, está dizendo: “só isso?”

E a cada novo ano o povo se afasta da posição de mero “pedinte” para se afirmar no campo da exigência, isto é, no status daquele que exige o respeito e o cumprimento de seus direitos, sendo que é cada vez mais presente a percepção de que tem direito (num sentido metajurídico) a muito mais do que as “esmolas” que lhes têm sido oferecidas.

É por isso que o compromisso assumido pelo atual desgoverno federal, preposto do capital estrangeiro, de tentar retirar direitos dos trabalhadores, que já foram percebidos como muito pouco diante daquilo que lhes seria efetivamente devido, qual seja, a divisão igualitária da propriedade dos meios de produção, é uma tarefa irrealizável, pois seria como se o governador Geraldo Alckmin, dias depois de ter dado R$5,00 ao “pedinte”, retornasse ao mesmo local para pegar de volta R$2,00, tentando convencer o “pedinte” a ajudar o governo a superar a crise.

Só isso!
3 Comments
Rafael Amaral
31/12/2016 05:07:02 pm

Ótimo testo..... com certeza isso só demonstra a nossa realidade..... onde todos como "pedintes" daquilo que na verdade é nosso.... recebemos uma miséria de "esmola" no retorno dos serviços prestados por nossos administradores federais, estaduais e municipais.

Reply
Saulo
1/1/2017 01:49:58 pm

Como sempre, muito lúcido.

Reply
Edilson Zafira de Sousa
2/1/2017 12:41:57 pm

Belíssimo texto! Nós brasileiros somos pedintes duma "vulgocracia", timocracia e plutocracia. Feliz ano novo a todos!

Reply



Leave a Reply.

    Pesquisar no site

    Arquivos

    June 2025
    May 2025
    April 2025
    February 2025
    January 2025
    December 2024
    November 2024
    October 2024
    August 2024
    July 2024
    May 2024
    April 2024
    March 2024
    February 2024
    January 2024
    December 2023
    November 2023
    October 2023
    September 2023
    July 2023
    June 2023
    May 2023
    April 2023
    March 2023
    February 2023
    January 2023
    December 2022
    November 2022
    October 2022
    September 2022
    August 2022
    July 2022
    June 2022
    May 2022
    April 2022
    March 2022
    February 2022
    January 2022
    November 2021
    October 2021
    September 2021
    August 2021
    July 2021
    June 2021
    May 2021
    April 2021
    March 2021
    February 2021
    January 2021
    December 2020
    October 2020
    September 2020
    August 2020
    July 2020
    June 2020
    May 2020
    April 2020
    March 2020
    February 2020
    November 2019
    October 2019
    September 2019
    August 2019
    July 2019
    June 2019
    May 2019
    April 2019
    March 2019
    February 2019
    January 2019
    December 2018
    November 2018
    October 2018
    September 2018
    August 2018
    July 2018
    May 2018
    April 2018
    March 2018
    February 2018
    January 2018
    December 2017
    November 2017
    October 2017
    September 2017
    August 2017
    July 2017
    June 2017
    May 2017
    April 2017
    March 2017
    February 2017
    January 2017
    December 2016
    November 2016
    October 2016
    September 2016
    August 2016
    July 2016
    June 2016
    May 2016
    April 2016
    March 2016
    February 2016
    January 2016
    December 2015
    November 2015
    October 2015
    September 2015
    August 2015

© 2016. Jorge Luiz Souto Maior. Todos os direitos reservados.
Editado por João Pedro M. Souto Maior