Em uma série de programas, temos sustentado que a vida e as instituições não serão mais o que eram depois de passada a pandemia e que essa transformação, que inclui o alcance da nossa própria condição humana e a nossa capacidade de vivenciar concretamente a solidariedade em seus sentidos sociais e jurídicos, já está sendo realizada a cada modo que escolhemos para enfrentar os problemas trazidos, aprofundados ou meramente revelados pela pandemia.
Então, ao contrário do que muitos preconizam, não está dado o que vai ocorrer. O futuro depende das opções que fizermos e essa obra já está sendo concluída, o que nos permite, inclusive, projetar, com maiores fundamentos, nosso porvir.
Para uma melhor execução dessa empreita, devemos olhar para o passado e ver na crise uma oportunidade para construir um futuro melhor do que a realidade que vivíamos.
Por meio desse procedimento, que deve ser também autocrítico, poderemos corrigir algumas opções feitas anteriormente, até porque, de certo modo, elas contribuíram para que chegássemos onde estamos, no aspecto da injustiça social, da péssima distribuição da riqueza, da quebra do pacto constitucional de 1988, do desprezo aos direitos sociais, da falência democrática e da fragilização das instituições, sendo certo, ainda, que toda essa conjugação de fatores agrava os problemas da pandemia.
Em suma, já estamos construindo o nosso futuro e este poderá ser melhor ou pior do que a realidade que já se tinha.
Igual não será! Não há, pois, volta à "normalidade".
Se "tudo voltar a ser como era antes" teremos, no mínimo, dado um grande passo atrás na nossa condição humana, já que teríamos que experimentar um estágio bastante avançado de cinismo, para tentar "normalizar" ou "esquecer" as várias condições existenciais (sobretudo, de trabalhadoras e trabalhadores) que foram inequivocamente reveladas no momento da pandemia.
O problema para quem assim pretenda agir é que talvez já se tenha construído um obstáculo que impede que a sujeira continue sendo jogada debaixo do tapete.
O que seremos e em que sociedade viveremos depende muito, portanto, da forma como estamos lidando com os desafios da pandemia e da compreensão crítica e histórica das instituições sociais, dentre elas, por certo, o Direito, o Poder Judiciário, as unidades de ensino etc.
No programa VI conversaremos com dois profissionais da Justiça do Trabalho que, atuando na condição de ministra e ministro do Tribunal Superior do Trabalho (TST), muito bem conhecem a estrutura, o papel e o funcionamento dessa instituição e que, por isso mesmo têm totais condições de trazer enormes subsídios para essa reflexão sobre a Justiça do Trabalho do futuro que estamos construindo.
Nosso convidado e nossa convidada são, antes de tudo, seres humanos muito generosos e simples, além de grandes conhecedores do Direito do Trabalho.
Trata-se, pois, de uma conversa extremamente importante.
Ficamos então, assim combinados:
Resenha Trabalhista - Programa VI: “Qual Justiça do Trabalho se terá no pós-pandemia?”
Participação: Jorge Luiz Souto Maior e Valdete Souto Severo
Convidados: Delaíde Alves Miranda Arantes e Luis Phillipe Vieira de Mello Filho
Domingo 17/05/20, às 19h00.
Transmissão pelos canais:
https://www.youtube.com/watch?v=cIAVtipG7NM
https://www.facebook.com/JorgeLuisSoutoMaior/videos/602745750329389/
Até lá.
Jorge Souto Maior