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Moemória afetiva

14/7/2020

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                                                                                                                    Por Luís Carlos Moro

Não pude me despedir de Moema Baptista. Estou quarentenado, que é uma espécie de morte precária, uma suspensão da vida, condenado por um vírus à vedação dos abraços, dos beijos nos amigos, do afago dos ombros no rosto úmido e salgado de dor daqueles que choram a partida de Moema.

Na verdade, de certo modo, exerço o negacionismo. Não quero me despedir de Moema. Despedir-me dela seria dar adeus à personificação do sorriso, da militância associativa, da combatividade expressiva, da generosidade altiva.

Há alguns anos, entre tantas e tantas oportunidades em que foi reconhecida, premiada, laureada, laudada, em ocasiões sempre merecidas, tive a oportunidade de homenageá-la, identificando-a com a própria advocacia trabalhista. “Quando se designa ‘advocacia trabalhista’, posso substituir, sem pejo, a expressão por Moema Baptista. Ela é daquelas criaturas cujas trajetórias de vida elevam-nas à condição de ícone, de símbolo.” Foi o que escrevi em um livro editado em sua homenagem, organizado por Celso Soares, a quem até sempre agradeço por haver me inserido entre os colegas que participaram daquela obra.

Moema tem origem em Cacheiro do Itapemirim, no Espírito Santo, terra de Rubem Braga: letras de fino traço. De Roberto Carlos: Música de afinação e trato.

Em terra de letra e música, nascida em família que cultua tudo o que há de bom, não poderia ser senão o que se tornou. Conhecimento (seu pai, Deusdedit Baptista, é uma referência do magistério e dá nome de escola em sua cidade), arte, festa, convivência, solidariedade, luta, amor. 
Os caminhos da vida a levaram ainda muito jovem ao Rio. Tornou-se cachoeirense ausente nº 1, carioca presente nº 1. E transcendeu aos limites de Estados. Revelou-se uma federação da advocacia trabalhista.

Moema media meu tempo. Meu tempo de militância associativa, meu tempo de trabalho, meus prazos. Nutria o hábito de me presentear todos os anos com uma folhinha com imagens do Rio de Janeiro, cidade que amava, na qual cultuou sua profissão, sua vida, seus amores, expiou suas dores. Eu a agradecia como quem agradece ao Rio, ao tempo, ao acúmulo.

Portadora de uma energia diferenciada, viveu a distribuir sorrisos largos, a revelar amor por crianças, ser testemunha do crescimento dos filhos dos amigos, dos meus, com vivo interesse, como quem adota, adere, adapta-se, aduz, admira e advinha o outro.

A economia do café de Cachoeiro extraía sua força da ferrovia. E foi esse tipo de vínculo, férreo, que uniu Moema ao Direito do Trabalho. Pelas mãos dela conheci Benedito Calheiros Bonfim, Arnaldo Lopes Sussekind, Zezé Martins Catharino, dos quais me tornei amigo, além de tantos outros personagens da história do Direito. Sou-lhe grato por isso.

Sobrinha de um dos maiores dirigentes sindicais do país, o Batistinha, presidente do Sindicato dos Ferroviários do Rio de Janeiro, Moema tornou-se uma espécie de Central do Brasil da advocacia trabalhista. Para ela todos convergiam, como se fosse uma estação da classe pela qual todos têm que passar.

Presidiu a ABRAT com a primazia de ter sido a primeira mulher a fazê-lo, com uma eleição direta que jamais se reproduziu. Conduzia a advocacia nacional por cartas manuscritas, entregues pelos Correios, num esforço pessoal enorme. Havia ali uma caldeira a prover energia desmedida.

Advocacia sindical engajada, dormentes e trilhos no sangue, Moema sempre foi portadora de um rumo certo, sem derivações. Advogava para trabalhadores por afeição, marca de seus vínculos pessoais. Mas jamais teve preconceito contra colegas de advocacia patronal. Unia-os todos, engatando-os com o sorriso que valia mais que cem páginas.

Eu a conheci na casa dos vinte anos de idade, na minha terceira década de vida. Ela era uma referência e eu um garoto na advocacia. Não precisei de tempo para me dar conta de que tinha ali diante de mim alguém dotada de características especiais. E dela recebi inúmeras lições, conselhos, admoestações, advertências, a ordem de, em público, sorrir (sempre fui um pouco carrancudo) e compartilhar o sorriso, independentemente das circunstâncias. Era ora maternal, ora fraternal.

Mantínhamos uma conversa direta, franca, sem freios. Coisa rara, de amigos reais. E de todos os privilégios, o de sua memória era digna de nota. Eu a chamava de Moemória, já que não deixava de registrar tudo, em detalhes que eu não era sequer capaz de apreender no momento dos fatos. Quanto mais no acervo dos guardados do cérebro...

Moema não será memória. Em mim, será presença. O trem pode partir. Mas guardo sua carga, essencialmente afetiva. Existe amor nessa composição. E sei que não sai dos trilhos.

​De Lico para Moema, 14 de julho de 2020.
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