Não bastasse toda violência, vinda de todos os lados, que o mundo do trabalho tem sofrido; não bastassem as ameaças, cada vez mais petulantes, de retrocessos humanos; ainda temos que experimentar a imensa dor da perda da querida amiga Moema.
Mas se compreendemos ao menos um pouco das inúmeras lições que Moema no deixou, não só nas palavras, sempre contundes e fortes, mas também em cada gesto carinhoso, em cada olhar estimulante, em cada abraço acolhedor, em cada beijo caloroso e nos seus milhões de sorrisos gentilmente distribuídos, não temos o direito de esmorecer. Moema não o faria e também não permitiria que as pessoas à sua volta assim se comportassem.
Cada encontro com Moema, mesmo esporádico que fosse, constituía reposição das forças necessárias para um novo ciclo de batalhas radicais contra todo o tipo de injustiça.
Ao lado de toda energia, em sua inabalável defesa da advocacia trabalhista (foi uma das fundadoras da ABRAT – Associação Brasileira de Advogados Trabalhistas, e a primeira mulher a presidir a entidade, entre 1989 e 1991) e dos direitos das trabalhadoras e trabalhadores, Moema exalava alegria, generosidade e o sentido mais puro da palavra amizade.
No momento em que o ódio ganha espaço entre muitos como forma de expressão e de "relacionamento" social, as lições de Moema adquirem o patamar de emergência.
Aprendemos com ela que o avesso do ódio não é mais ódio, mas mais amor (expressão constante em suas falas). E aprendemos também que o amor é a fonte da esperança e que a esperança é o alimento da resistência e das conquistas.
Neste momento uma profunda tristeza nos invade, porém os ensinamentos de Moema nos impelem a seguir com a firmeza e os lampejos de seu farol.
Gratidão eterna e profunda, querida amiga!
Moema, presente!