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BLOG

A humanidade insiste: a importância de uma vida

25/6/2021

1 Comentário

 
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Em meio ao avanço obscurantista que tem conseguido até disseminar uma naturalização da morte de meio milhão de pessoas em pouco mais de um ano; diante do desenvolvimento de um processo de perda de sensibilidade que anestesia e impede que se reconheça o enorme sofrimento coletivo pelo qual passamos e que tem constituído, inclusive, grave obstáculo para a efetivação de uma contundente, definitiva e eficaz reação que seria própria de seres humanos que sentem suas vidas em risco; e considerando as reiteradas agressões desferidas pelo Presidente da República, na forma de desconsideração ou mesmo de deboche, da qual somos diariamente vitimados, sem que se verifique qualquer resposta institucional minimamente compatível, ler o texto abaixo reproduzido, da lavra de Reginaldo Melhado, torna-se um exercício fundamental para recobrarmos a nossa dignidade, compreendermos a essencialidade de cada pessoa e constatarmos a potência dos laços afetivos e dos valores humanos, éticos e espirituais na necessária e urgente reconstrução da vida!

"Agradecimentos pelas orações para um ateu na UTI da Covid
(Reginaldo Melhado)

​Dia 23 de maio, dez e meia da noite, recebi o teste da farmácia com tranquilidade. Avisei familiares e amigos mais próximos e isolei-me no que era já solitude: minha casa, onde vivia só. Dia 4 de junho, a coisa não estava boa e fui internado. Quatro dias mais tarde, estava na UTI do Hospital Evangélico de Londrina, onde permaneceria por dez dias. O vidro fosco me foi tomando de assalto os pulmões rapidamente e estima-se que 80 ou 90% deles chegaram a estar invadidos pelos destacamentos impiedosos do coronavírus. Voltei pra casa em frangalhos, ainda com 75% do grande e vital órgão respiratório sob o domínio inclemente da inflamação viral, em internação domiciliar, agora pendurado na máquina de oxigênio. Esse é resumo da história, cuja experiência quero contar em outra ocasião.

Durante essa tormenta, borbotões de mensagens brotavam em meu celular. Escreviam-me pessoas de meus muitos nichos de relacionamento: familiares próximos e mais distantes, gente da magistratura, companheiros da bike, colegas de magistério na universidade, amigos de infância, colegas de turma. Gente com quem convivo e gente querida que se perdera de minhas retinas desfalecidas faz décadas. Companheiros e adversários de lutas e disputas teóricas, políticas e ideológicas. Gente que me ama, gente que nem me gosta. Até uma pessoa que disse certa vez odiar-me, com áscuas de cólera disparadas de seus lindos olhos de modo certeiro, fazendo-me arder os ossos até hoje. Todas essas pessoas diziam estar orando por mim.

Escrevo aqui para agradecer a cada uma delas. Deveria responder individualmente, dizendo-lhes então as palavras de agora. Naqueles momentos, porém, não me restavam energias, nem raciocínio, nem nada. Garatujei para alguns o muito obrigado_ da convenção. Gostaria de falar com cada uma dessas pessoas, mas já não dá. Tenho receio de alguém me escapar à memória, e a exclusão de uma só pessoa seria pra mim ultraje inaceitável. Assim, mesmo sendo genérica, gostaria de fazer esta minha fala chegar à intimidade de um diálogo individual impossível e simbólico.

Sou ateu. Às vezes, imagino ter nascido com esse aleijão imemorial. Millor Fernandes disse uma vez que o cara só é verdadeiramente ateu enquanto está bem de saúde. Não mudei nem mesmo vendo a morte tão perto. Por isso quero explicar e dizer como estou sinceramente grato por tantas orações, vindas de gentes de tantas diferentes religiões.

Suponho ser a oração pela saúde e pela vida de outra pessoa a mais sublime experiência em qualquer religião. Também o é para um ateu. A pessoa não reza para si mesma. Não quer pagar dívidas nem arrumar emprego, ou resolver seus próprios tormentos com saúde, relacionamentos afetivos, moradia ou tudo o mais. Nesse momento único, a súplica se eleva por sobre nossa sociedade desigual, de exploração de classe e de apropriação sempre mais intensa da mais-valia, de consumo doentio de bens pressupondo o do próprio ser, de arrivismo, de permanentes disputas pelo mercado, pelo emprego, pela performance individual e pela promoção. Tudo isso dá lugar a uma viagem irrepetível: solidariedade, empatia, caridade, altruísmo, compaixão, despojamento. Para o cristianismo, o ser humano é Deus, pois criado à sua imagem e semelhança, e portanto com Ele se funde e confunde. Essa fusão transcendente, porém, se esvanece pelo livre arbítrio de que é dotado, e mais ainda por serem sua consciência e apreensão da realidade determinadas social e historicamente. Assim, nos demais momentos de sua vida deus está morto e a pessoa é apenas parte da sociedade de classes, toda ao avesso da oração pelo Outro. Talvez não haja nada mais antípoda em face da sociedade destrutiva e iniqua na qual nos metemos cada vez mais fundamente: a oração aqui é revolucionária.

A oração cura um doente ateu? A força dessa energia interna, vital ou cósmica, derivada desse orar, é ainda desconhecida pela ciência em quase toda sua totalidade. Para alguns filósofos, talvez a cura seja sim possível. Aristóteles e Platão cogitam disso, ao tratar do nous. A filosofia budista igualmente, e de modo mais radical, pois para ela o pensamento cria e conforma o real. Outras tantas correntes filosóficas vão maios ou menos por essa estrada. Estudos e ensaios clínicos contemporâneos de neurocientistas investigam como neurônios podem produzir energias – ou são energia em si mesmos – capaz de interferir no real, inclusive e especialmente no campo da saúde humana.

Por isso tudo, creio terem sido suas orações parte do resgate de um ateu. Por isso, mas não apenas pelo resultado de estar vivo, escrevendo, agradeço por suas orações do fundo de meu espírito, sempre irrequieto, mas também sereno e reconfortado. Fique com Deus, com Alá, com o Poder Absoluto, com Nous, com ou no Nirvana, com Brama, Vishnu e Shiva, com Shangdi e com todos santos e orixás. Axé. Amém.

Obrigado até as profundezas de minha renascida eternidade de mais algum tempo."
1 Comentário
Azucena M. Geymonat de Oberdiek
16/11/2021 04:46:15 pm

Muito interessante.
Uma vizinha dp condomínio que oferece a piscina , nestes dias de calo

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Editado por João Pedro M. Souto Maior